Entrevista com Sergio JR

26/07/09 - por Gabriel Rocha

1- Sempre começo as entrevistas pedindo ao entrevistado que faça uma breve apresentação. Fale um pouco quem é Sergio Jr e quando começou seu envolvimento com quadrinhos?

Sem saber ler aos 5 anos de idade... gostava de ver as figuras das hqs do Asterix e Luke Luke do meu pai. Ao mesmo tempo que ficava admirado ao ver os desenhos que meus primos de 15 e 18 anos faziam do Pato Donald e cia. numa enorme lousa. E me perguntava se um dia conseguiria fazer tambem. HOJE: Desenho, escrevo, esculpo caricaturas e heróis, Além de fazer bichos de pelúcia. Minha filha desenha mangá. Meu filho desenha mais para o meu estilo.

2- Em algum momento você deixou de ser leitor para ser autor de quadrinhos. Como foi este processo de transição de leitor para criador?

A melhor fase dos quadrinhos foi a década de 80. A decadência criativa da Marvel e DC na decada de 90 fizeram com que eu parasse de ler hqs. Estavam muito apelativas e sem argumento. Então apareceu a novidade dos ZINES brasileiros e vi quer eu podia fazer também.

3- Qual foi sua primeira experiência com a produção de fanzines? Você avalia esta experiência como positiva?

Sádico e Anjo Mor. Deixei consignados numa Revistaria em 1992 e por incrível que pareça compraram.

4- O que mais surgiu depois? Que outros fanzines você produziu?

Deixei esses títulos de lado pois minhas concepções mudaram com relação a muitas coisas. Então criei os Mega Clã, Borore e Mix Herói com Heróis na Berlinda.

5- Quais gêneros de HQ que você já produziu (aventura, ficção, erótico, super-heróis, etc)? Existe algum gênero que tenha sua preferência na hora de escrever?

Tiras de Jornais com piadas sutis. E Super Heróis.

6- Fora os fanzines editados por você, onde mais saíram seus quadrinhos?

Em um zine de Minas Gerais _Multiplo que por sinal foi o primeiro contato com os fanzines.

7- Quando você começou a editar o fanzine Mega Clã?

1996.

8- Em sua opinião os objetivos do fanzine Mega Clã foram atingidos?

NÃO. Pois não tenho para dedicar a qualidade tanto na arte final como nas cores, qualidade do papel, letras. Pelo menos no argumento acho que vou bem.

9- Em 2000 você editou um grande encontro de personagens nacionais chamado Heróis na Berlinda. Qual o objetivo de editar este fanzine de heróis nacionais?

Questionar o ideal heroistico e barreiras editoriais. Além de fazer uma coisa nova ajuntar personagens de vários fanzineiros de todo o Brasil. Acho que eu fui o primeiro a fazer isso. Se não for me corrija. (Eu não saberia dizer. Infelizmente datar seus lançamentos não é um hábito comum entre fanzineiros. Heróis na Berlinda é de maio de 2000, e está datata!)

10- Quem participou deste projeto? Quais foram os personagens convidados?

Você, Gilberto Borba, Francinildo Sena, Marcelo Salaza... e um pessoal que sumiu. Heróis: Equipe Action, O Capoeira, Transmutor, Fantasma Canadense, Lagarto Negro, Siver, Mega Clã , Borore, Cranio, Etc.

11- A HQ Heróis na Berlinda prometia uma abordagem totalmente diferente em sua conclusão. Comente um pouco sobre suas idéias para esta saga.

Na minha opinião consegui mostrar a fragilidade humana dos heróis com seus ideais contra algo além de seus poderes. Tanto que estou com outra idéia similar.

12- Como é trabalhar com personagens e criações de terceiros? Existe alguma preferência sua em relação ao trabalho com personagens e criações de terceiros? Comente um pouco sobre seu trabalho nesse sentido.

E difícil... Pois tem que se manter a personalidade dos personagens não dando muito destaque a um exclusivo. Quanto a personagens... Sim a alguns que acho que são melhores para trabalhar. Tanto e que tem personagens com muita bagagem que nem me atrevi a convidar.

13- Conte como foi sua experiência ao escrever HQs com o Lagarto Negro? Quais HQs já realizou com ele? Comente um pouco sobre sua visão pessoal para o personagem.

Taí um que gostei de trabalhar... pelo lado mais humano de tratar as coisas. Heróis na Berlinda foi a hq que o inclui.

14- De onde vem sua inspiração para escrever? Você usa alguma técnica especial para elaborar seus roteiros? Alguma influência em especial?

COTIDIANO e suas mazelas. A técnica e bem simples. Desenho um quadro. E imagino varias possibilidades que esse quadro pode levar e conseqüências disso para cada personagem. E assim o quadro seguinte também me leva a outra direção. Mas sempre mantendo o foco no argumento principal. Em uma revista especializada em hq pela editora Magnum. O editor comentou... “Vocês devem estar perguntando por que inclui esse fanzine MEGA CLA para divulgar nesse espaço da nossa revista. Que sai no Brasil todo. O desenho é ruim. Como a qualidade da impressão. Mas o que vale a pena é argumento e roteiro que lembra KEITH GIFFEN da LIGA DA JUSTIÇA.” Puxa... esse comentário foi legal.

15- Você escreve roteiros para outras mídias além dos quadrinhos? Tem vontade de escrever para alguma mídia em especial (teatro, cinema, TV, literatura, etc.)?

Não.

16- Na sua visão, como deve ser a relação ideal de trabalho entre o roteirista e o desenhista, durante a produção de uma HQ?

O trabalho deve ser pessoalmente. Idéias boas surgem rápido e somem da mesma maneira.

17- Quanto aos desenhos, quais são as maiores influências para o seu traço?

Olha comecei a aprender a desenhar copiando o Sal Buscema. Gosto dos traços de John Byrne, George Peres, especialista de desenhar vários heróis no mesmo cenário e ótimos cenários, Neal Adans, e Adam Hughes.

18- Você já chegou a ingressar no mercado profissional? Tem interesse em transformar seus fanzines em revistas de banca?

Não tenho condições, nem material para isso. Meus trabalhos são BEEEEM artesanais mesmo.

19- Além dos quadrinhos você exibe um talento para esculpir. Existe algum conflito entre essas habilidades, ou elas se complementam de alguma forma?

Aprendi muito com as esculturas no quesito anatomia e feições humanas. Fiquei muito tempo sem desenhar, mas a qualidade dos desenhos melhoram muito.

Trabalhos de Sergio JR

20- Como tem sido a receptividade dos leitores em relação ao seu trabalho com quadrinhos?

Boas com relação ao argumento.

21- A opinião dos leitores influência muito nas suas decisões como autor? Como é lidar com a opinião dos leitores?

Nas minhas... não. Tem que ser humilde para aceita-las.

22- Quando foi criado o Mega Clã? Fale um pouco sobre o processo criativo do grupo e sua evolução ao longo dos anos!

Em 1986 começou a criação dos personagens. Em 1996 a primeira hq com suas intrigas. Como uma família atípica.

25- Quem mais já colaborou com as HQs do Mega Clã?

Arthur dos Reis. o cara sumiu. O estilo dele desenhar era como o da LG o desenho ANIMADO. VOCÊ COM UMA CAPA DE PRIMEIRA do S.O.S para uma edição. Gilberto Borba com uma capa da segunda parte dos Heróis na berlinda.

26- O Mega Clã é sua criação mais difundida. Fale um pouco sobre seus outros trabalhos.

Comente sobre o índio Bororé. BORORE. Mestiço de português com uma índia herdeiro de uma empresa do pai que deseja regatar sua origem indígena.

27- Aproveite o espaço para falar um pouco sobre seu trabalho no Caricatozine.

Caricatozine e mais dedicado a fazer os bonecos de caricaturas de quem desejar e de heróis também.

28- Como devem proceder aqueles que estiverem interessados em conhecer melhor o seu trabalho? Onde podemos encontrar as HQs de sua autoria?

caricatozine@yahoo.com.br

29- Muito obrigado pela entrevista, gostaria de deixar algum recado especial para os leitores?

FABRICA DE# MONSTROS E O PROXIMO CROSS OVER SE HERÓIS NA BERLINA FOI DIFERENTE>>>AGUARDE ESSA HQ, quem tiver heróis que queira emprestar e só falar.


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